Numa cerimónia presidida pelo Diretor Nacional da Saúde, Jorge Barreto, que decorreu na manhã desta terça-feira, 24 de agosto, o Instituto Nacional de Saúde iniciou uma ação de capacitação de três dias (24 a 26 de agosto) sobre Tuberculose e Lepra), direcionado a Profissionais de saúde e de diferentes áreas.
A sessão de abertura contou ainda com a presença da Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, que afirmou na sua intervenção que a formação em saúde pública é uma das atribuições do INSP e com isso assegurou que mesmo estando o país em contexto de pandemia as autoridades sanitárias estão “atentas e vigilantes em relação às outras doenças, sobretudo, as crónicas transmissíveis e as não transmissíveis”.
“Fazemos a atualização e a reciclagem dessas (tuberculose e lepra) e outras doenças para todos os profissionais de saúde, continuando também com a sensibilização da comunidade para que nos ajudem na identificação de casos suspeitos e a trabalhar com os profissionais de saúde na deteção precoce da tuberculose e da lepra”. Ou seja, “não só sensibilizamos os profissionais de saúde, mas também a população em geral sobre os sinais precoces da lepra que podem passar despercebidos, sobretudo a classe mais jovem que não viveu a epidemia da lepra em CV.
Por outro lado, salientou que ainda persistem desafios importantes na área da tuberculose,no que tange à redução da taxa da incidência e da prevalência no país e na erradicação da lepra, apesar desta não ser considerada em CV um problema de saúde pública” ressaltou a Presidente do INSP. A questão da Tuberculose está associada às várias determinantes da saúde, é neste sentido que o Ministério da Saúde desenvolveu uma estratégia para a busca ativa de casos “por ser a tuberculose pulmonar uma das doenças mais contagiosas do mundo”, por isso essa busca e no tratamento diretamente observado para assegurar que todos os casos da tuberculose tenham cura e que não haja resistência que é outro desafio que o país enfrenta neste momento.
Na ocasião o Administrador Executivo do INSP, Júlio Rodrigues, ao apresentar a mensagem de boas-vindas, salientou que esta ação de formação está enquadrada num dos compromissos assumidos do INSP alinhados aos Plano de Desenvolvimento Sanitário e enquadrado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável para Cabo Verde. Com essa formação pretendemos “dotar e capacitar os profissionais de saúde e parceiros por forma a darem resposta às questões relacionadas com a tuberculose e a lepra”.
Por seu turno, o Diretor Nacional de Saúde, Jorge Barreto, no seu discurso de abertura afirmou que anualmente cerca de 11 milhões de pessoas são detetados com tuberculose, e 1 milhão de pessoas morrem. No caso de Cabo Verde avançou que tem em média 250 casos de tuberculose por ano, por isso diz o mesmo ser importantes esta ação de formação para que os profissionais de saúde possam estar mais atentos e as estruturas de saúde melhor refoçadas, para que desta forma “consigamos melhores resultados a nível de tratamento, redução de desistências e mortes por tuberculose”.
Entretanto, explicou o diretor que ao longos dos anos o país registou melhorias significativas nesta matéria, em que a taxa de sucesso de tratamento melhorou e atingiu os 90%, a taxa de incidência reduziu consideravelmente para mais de 50%, considerando que em 2012 rondava 80/100mil e em 2021 diminui para 34/100mil.
Por outro lado, Jorge Barreto explicou que a tuberculose é uma doença curável quando feito o tratamento corretamente, contudo, a mesma está muito ligada às condições de vida e com forte influencia de fatores sociais, condições de saúde e hábitos, é nessa prespectiva que diz ser “aconselhável que na abordagem dos doentes com tuberculose, seja feita um seguimento da doença em si mas também que seja analisado os fatores que estão ligados à pessoa e que poderão de alguma forma influenciar no tratamento, como é o caso do uso abusivo do álcool e de outras drogas”, retorquir Barreto.
Em relação ao contexto atual (pandemia da COVID-19) explicou que, “Cabo Verde contrariamente aos outros países o uso de máscaras não teve grande impato na diminuição de número de casos por falta de diagnóstico ou por falta de procura dos serviços de saúde, pois o número de casos não sofreu nenhuma alteração por este motivo, houve sim uma melhor capacidade de identificação e gestão de casos de tuberculose mesmo durante a pandemia da COVID-19, isso falando do ano de 2020”.