O Instituto Nacional da Saúde Pública (INSP) em colaboração com a Direção Nacional de Saúde (DNS) e “The London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM), realiza um estudo denominado “Testagem dos métodos de amostragem orientados a respondentes para eliminação do paludismo em Cabo Verde”, utilizando o modelo “Freedom From Infection – FFI – livre da infecção” na Praia e Boavista nos meses de Outubro e Novembro de 2021.
O estudo compreende duas fases. A primeira se concentra em melhorar as estimativas da sensibilidade do sistema de vigilância do paludismo e entender a variação sazonal nos parâmetros, através de um questionário online, aplicado aos técnicos de saúde que trabalham na gestão de casos do Paludismo, isto é, no diagnóstico clínico e laboratorial, tratamento e seguimento dos casos.
A segunda fase, em curso, usa um método de amostragem ativo orientado pelo respondente com foco nas populações de alto risco de importação do paludismo, neste caso, viajantes provenientes do continente africano nas últimas 4 semanas, e inclui um componente reativo direcionado ao domicílio e contactantes nos bairros de viajantes para avaliar o risco de introdução do paludismo a partir do viajante (caso index).
Este estudo torna-se assim fundamental no processo de certificação da eliminação do paludismo em Cabo Verde, para a confirmação da ausência de circulação da doença nas comunidades/população de risco, através da busca activa, uma vez que não se tem registado casos locais nos últimos anos nas estruturas da saúde (busca passiva) e enquadra nas políticas do INSP, no que tange à investigação e pesquisa em Saúde em Cabo Verde.
De realçar, que Cabo Verde está na fase de eliminação do Paludismo, desde de 2018 que não tem registado casos locais da doença, e pós o período de 3 anos sem casos locais, o país encontra-se na fase de elaboração dos diferentes relatórios, conduzindo a um processo de avaliação rigorosa para a certificação da eliminação.
Os esforços de controlo da doença, atualmente, se concentram em direcionar estratégias para áreas de maior risco com intervenções incluindo pulverização intradomicilair (IRS), gestão dos criadouros de larvas e acesso imediato a testes e tratamento do paludismo, sendo uma condição o internamento dos pacientes para garantir uma boa gestão do caso e impedir a transmissão subsequente.
Desde a interrupção da transmissão local, o risco de ressurgimento do paludismo em Cabo Verde gira em torno dos casos importados. As opções para interromper a transmissão subsequente destes casos incluem detectar e tratar rapidamente infecções ou reduzir a receptividade em áreas de risco, mantendo um controlo vetorial eficiente.