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Cabo Verde anualmente regista uma média de 50 casos de suicídio

Em Cabo Verde, notifica-se, em média, 50 casos de suicídio anualmente. A afirmação foi feita pelo o Diretor Nacional de Saúde, Jorge Barreto, durante a sessão de abertura do seminário intitulado “Prevenção do suicídio no contexto das emergências em saúde pública”, que teve lugar na manhã desta sexta-feira, 10 de setembro.

Este seminário realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Pública em parceria com a Direção Nacional de Saúde enquadra-se no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, este ano assinalado sob o lema “Criar esperança através da ação”, que reflete a necessidade de uma ação coletiva para lidar com este importante desafio de saúde pública.

Para cada suicídio que acontece, “provavelmente houve entre 10 e 20 tentativas”, um fato que segundo o diretor afeta emocionalmente outras pessoas próximas. Jorge Barreto explicou ainda que entre 40 e 60% das pessoas que cometeram suicídio consultaram algum serviço de saúde em dias anteriores ao ato numa tentativa de exteriorizarem/manifestarem o desespero pelo qual estariam a passar, afirmou.

Por seu turno, a Presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, aponta o suicídio como um importante problema de saúde pública, uma situação que ao seu ver tende a agravar nas situações de emergências de alcance internacional.Dia Mundial de prevenção do suicídio 2021

Norteado como um dos “tabús que permeiam o imaginário da sociedade”, entretanto, a abordagem deve ser holística e com o envolvimento de todos os setores e comunidades, através de estratégias bem definidas, explicou a Presidente.

O suicídio conforme Maria da Luz Lima, está ligado a fatores de risco por se tratar de um fenómeno complexo, multifatorial e plurietiológico. “A COVID-19 veio piorar ainda mais os fatores de risco associados ao suicídio, como a dificuldade financeira, situações de trauma ou de abuso, uso de substâncias lícitas e ilícitas e barreiras ao acesso a cuidados de saúde. O estado da saúde mental das pessoas agravou-se, o nível de ansiedade aumentou consideravelmente, a depressão tornou-se muito mais frequente e a possibilidade de suicídio igualmente maior” salientou o Diretor Nacional de Saúde.

Para finalizar, a presidente realçou que o INSP, no âmbito das suas atribuições elegeu o mês da Saúde Mental, para se assinalar dois eventos de saúde pública, cobrindo assim a primeira semana de setembro à segunda semana de outubro (Dia Mundial de Prevenção do Suicídio e Dia Mundial da Saúde Mental).

O referido seminário sobre a “Prevenção do suicídio no contexto das emergências em saúde pública”acolheu apresentações de especialista nacionais e internacionais.